Mercado turístico brasileiro, o nº1 em recursos naturais no Ranking Mundial de Competitividade em Viagens e Turismo

O Brasil é um país de dimensões continentais, abençoado por um cenário natural com belezas incomparáveis e uma riqueza cultural particular e diversificada, fatores que transformam o mercado turístico brasileiro em um dos países com maior potencial para se desenvolver a nível mundial.

Já parou para pensar quantos “Brasils” tem dentro do Brasil? A quantidade e a diversidade dos recursos turísticos existentes atestam extraordinária vocação para o desenvolvimento do setor, mesmo por que, um destino turístico sem recursos para serem transformados em produtos, não é um destino turístico. Mas no Brasil sobra potencial, até a vila perdida no alto da serra, uma vez por ano, tem uma festa que atrai gente de toda a região.

Quanto tempo um turista levaria para conhecer o Brasil? Acho que dá para passar um bom tempo viajando, eu ainda compro um motor-home e tiro um ano da minha vida sem rumo pelo país, mesmo assim acho que um ano talvez seja pouco. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo em março de 2017, 44,4% dos brasileiros nunca viajou a turismo pelo país, isso mostra o quanto o mercado turístico interno ainda é pouco explorado. São aproximadamente 85 milhões de pessoas que não conhecem o próprio país. Dos Brasileiros que viajam, 49,4% costumam realizar uma viagem por ano e 13,8% viajam uma vez a cada seis meses. Segundo as Sondagens de Intenção de Viagem, realizadas mensalmente pela FGV e Ministério do Turismo, em 2016 a preferência por viagens pelo Brasil superou amplamente a por viagens internacionais, cenário motivado principalmente pelas altas do dólar e do euro e o menor custo das viagens nacionais. Em maio de 2016, 18,7% dos brasileiros tinham a intenção de viajar, esse percentual subiu para 21,5% em maio de 2017, um crescimento superior a 15%. Dos brasileiros que pretendem viajar, mantendo o comportamento de 2016, 76,6% irão viajar pelo Brasil, onde 50,8% pretendem ir para a região nordeste, 21,8% para a região Sudeste e 17,9% para a região Sul.

A Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo de 2017 (PACET), realizada com representantes das 80 maiores empresas do seguimento no Brasil e encomendada pelo Ministério do Turismo à Fundação Getúlio Vargas, apontou que 81% das empresas esperam aumentar seu faturamento em 2017 e 55% preveem o crescimento em seus mercados de atuação. 76,44% das empresas investirão em 2017 uma média de 6,9% do faturamento, com destaque para os investimentos na área de adoção de novas tecnologias, treinamento pessoal, marketing e promoção de vendas e ampliação de frota e instalações. Como principal destaque está o seguimento de locadoras de automóveis, onde 100% das empresas pretende investir em 2017 uma média de 23,8% do seu faturamento.

Sem levar em consideração o mercado turístico internacional que bateu o recorde de 6.578.074 chegadas de turistas em 2016, frente aos 6.305.838 que chegaram em 2015, injetando R$ 21 bilhões na economia nacional. Quando analisamos o local de origem dos turistas internacionais, 3.732.722 são provenientes da América do Sul, com destaque para Argentina, líder disparado com 2.294.900 turistas e seguido pelos EUA com 570.350 visitantes dos 735.062 oriundos da América do Norte. Da Europa vieram 1.606.495, onde os maiores emissores foram a França com 263.774, Alemanha 221.513 e Reino Unido 202.671. Quanto a China, o maior emissor mundial de turistas com seus incríveis 135 milhões de viajantes, foi responsável por 57.860 dos visitantes que entraram no Brasil em 2016. Pasmem, aproveitamos inexpressivos 0,04% deste mercado que felizmente se tornou foco para a EMBRATUR em sua promoção do turismo a nível mundial.

Todos esses números mostram o quanto o mercado turístico nacional é incipiente e tem muito a se desenvolver comparado ao seu imenso potencial, classificado em 27º no ranking Mundial de Competitividade em Viagens e Turismo realizado em 2017 pelo Fórum Econômico Mundial. O estudo é feito através da análise de 14 pilares básicos do sistema de turismo e classifica os 136 principais destinos turísticos mundiais, onde, no quesito recursos naturais, o Brasil ocupa o primeiro lugar e é o oitavo quanto aos recursos culturais. Infelizmente quando o assunto é o ambiente de negócios o País ocupa a posição 129, é o 112º em relação a infraestrutura terrestre e portuária, e o 106º em segurança e priorização de viagens e turismo.

Apesar das classificações negativas, o que realmente importa são os itens em que o Brasil se destaca, mesmo por que, ninguém viaja para algum destino motivado pela segurança, infraestrutura ou ambiente de negócios, mas sim, principalmente, por seus recursos. Fato que reforça o quanto o Brasil pode evoluir através de investimentos nos setores em que está mal classificado e precisam ser estimulados e desenvolvidos. Não dá para construir uma praia paradisíaca ou uma cachoeira incrível, mas dá para construir um excelente aeroporto, duplicar uma rodovia, melhorar a segurança ou qualificar a mão de obra.

Através dos esforços entre o poder público e a iniciativa privada, em um futuro não muito distante, facilmente o Brasil alcança o topo da lista dos principais destinos turísticos mundiais, usando a atividade turística como ferramenta para o desenvolvimento econômico e social do país.

Autor: Graciano Vigato

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